A pé sigo pela estrada. A pé é apenas uma força de expressão.
Uma pena. Poderia ser fato. A verdade é que seria inviável se levar em
consideração o tempo. Danado de tempo! De carro vou mais rápido. A pé vou mais
longe. Aceito caminhos convidativos para mesclar o que sinto e o que vou
sentir. Emoção é uma porta com a lingueta da maçaneta emperrada. Só o vento
sabe se vai empurrá-la para dentro ou para fora. É uma virtude poder alimentar
o pensamento. O abastecimento anda escasso.
As prateleiras ultimamente servem muita perfumaria. O problema são as
fragrâncias que causam desconfortos. No lugar de enjoar arrumo uma forma de
verbalizar. Ser o sujeito oculto sem se ocultar é um exercício. Daí (expressão
típica do sul), internalizo o ouvir docilidades, o modelar gestos, o registrar
dualidades, o pescar sabedorias, o ler um livro de (em) carne viva, o decifrar
as tatuagens do tempo, marcas dos temperos amargos aguados em angústias, amor,
dor e andanças. A isso chamo momento lapid(ação) literária.
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Imagem : Google
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